Aos 40 anos, no dito popular, vive-se a
idade do lobo. Na Bíblia 40 anos é preparo de Deus,
presença, revelação e poder, 40 dias é fortalecimento de Jesus no
deserto, tempo para os espias contemplarem a nova Canaã, tempo de
tarefa, tempo de Deus com Moisés no Sinai, tempo de transformação
dos discípulos após a ressurreição. Tempo de orar e jejuar, tempo de retiro,
tempo para mudar como Jonas em Nínive. Em minutos, um ou quarenta anos, perde-se
a vida, ganha-se a eternidade, perde-se a moral, conclui-se a vitória;
declara-se um grande amor, diz-se um sim, ou não, talvez em segundos, abrindo um
sorriso ou iniciando tempo de dor.
O povo de Israel saindo do Egito, peregrina quarenta anos no deserto, por
vales e montes. Para uns ao olhar para frente é tempo
de mais, para quem já viveu passou tão rápido, “quarenta anos é a velhice
dos jovens, depois disso vem a juventude dos velhos”...
Se você não passou, vai passar; se já atravessou o deserto, em
quarenta anos ou mais, sabe o desafio da aridez, caminhos difíceis, tempestades,
tribulações, desafios. Alguns murmuram por achar a caminhada da
vida pesada, mas bebem água tirada das pedras, sentem o vale e sua
profundidade, outros observam encima dos montes, os que
falam com Deus vendo, "...sarça que arde e não se
consume. Passado o tempo, não faltou sandália para os pés, as
vestes não rasgaram. A nudez foi coberta. A comida diminuiu, mas
nunca acabou. Como povo do Deus vivo, e Ele guardados no deserto da
existência, lembramos que já fomos aquecidos de tantas
formas: de noite, o fogo do Senhor aquecendo, de dia a nuvem
refrescando a alma.
Aos quarenta dias, anos ou minutos, queridos, precisamos lembrar o
vislumbre e vicissitudes da eterna Canaã. Ainda no
compasso da espera chegamos até aqui e, como Josué e Caleb, somos convidados a
não desanimar, pois até aqui nos ajudou o Senhor. Alguns com martírio e pouca
honra, vindos ou ainda no deserto, no tempo de inconformismo,
lágrimas, injustiças, trazem no peito onde se lê: "caminho e combato o bom
combate estou guardando a fé...". Que visão tem do seu deserto e que expectação
da glória cativa seu coração na luta do sobreviver?
Em quarenta anos Israel murmurava e perguntava: "E agora Senhor, exército
por traz, montanhas ao lado, mar pela frente?". - Já sentiu assim alguma
vez? Então, Deus fez abrir o mar Vermelho... mas não bastou! -
"Não temos alimentos!". Receberam codornizes e maná que os nutriam.
Poderá o Senhor nos livrar dos perigos e
inimigos (, desamor, incompreensão, desprezo, perdas)? Muitos foram os
livramentos quando já em Canaã, tendo mel, provido pelas abelhas do Senhor,
leite abundante, havia os que diziam e ainda hoje dizem, Mas
realmente pode Deus prover? Pode Deus ouvir-nos?
A jornada do
deserto, uma caminhada de quarenta anos, podia ter sido feita a pé em
alguns dias; foi tempo demais, porém necessário para que o duro entendimento do
homem pudesse esquecer as cebolas do Egito e desfrutar Leite e Mel de Canaã. Que
não se precise de 40 anos para se curvar, mesmo quarenta dias, mas que em um
minuto reconheçamos: Bebemos da água da Rocha, sobrevivemos ao deserto
abrasador, vimos a coluna de fogo, comemos do maná do Céu, as nuvens nas mais
diversas formas guardaram-nos, atravessamos o mar com pés secos, por isso, e
muito mais aceitamos o que Paulo diz: Quem era a Rocha da qual a água veio? Quem
era a coluna de fogo? o maná? a serpente de metal? Tudo que Deus fez por Israel
foi através de Jesus! Isto mesmo - Jesus foi cada uma destas Dádivas!
"Ora, irmãos,
não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos
passaram pelo mar... e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma
pedra espiritual que os seguia. E a Pedra era Cristo", (I Coríntios. 10:1,4).
Feliz Sábado!
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