sábado, 10 de dezembro de 2011

"BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS, PORQUE ELES

alcançarão misericórdia".        ( Mateus 5.7)

Um dos escravos de certo ex-cônsul da África do Norte,
não suportando a crueldade do seu senhor, fugiu numa noite, embrenhando-se numa imensa floresta, onde permaneceu por algum tempo até que, recapturado, foi parar em Roma. Ali, alguns anos mais tarde, nos dias de Caio César, realizava-se um terrível combate com as feras. No decorrer dessa nefastaprogramação, foi

colocado dentro da arena o escravo foragido, cujo nome era Androcles. Ao vê-lo à distância, o leão estacou como que surpreendido, depois aproximou-se
vagarosamente e com total tranquilidade pôs-se a
lamber-lhe os pés, as mãos e os braços.
O infeliz escravo, apavorado pela idéia de morrer devoradompor uma fera faminta, sentiu as pernas tremerem e o coração a bater descompassadamente, enquanto recebia as carícias de um tão temível animal. Finalmente, pouco a pouco, tentando
controlar essa situação de medo, ele foi readquirindo as forças e a coragem perdida. Voltou então os olhos para o leão e ambos, naquele momento, pareciam trocar efusivos cumprimentos, assim como quem estava se reconhecendo
mutuamente. O povo, estarrecido com a cena estranha, rompeu em voz alta, aclamando o escravo. O imperador o chamou e indagou a respeito do acontecimento que o emocionou.
Então o escravo relatou uma surpreendente história. Contou que naquela noite que fugira do seu cruel senhor, embrenhando-se na floresta, escondeu-se numa solitária caverna. Alta madrugada, entrava também ali um leão que
manquejava, em virtude de um grave ferimento em sua pata. Deitou-se a um canto, distante da pequena tocha acesa pelo escravo e, por seus gemidos, deu a entender a torturante dor que sofria.
De início Androcles teve medo de socorrer a fera, mas depois, vendo-a erguer a pata, descobriu uma enorme lasca de lenha ali cravada. O escravo, servindo-se de uma pequena faca que levava consigo, com grande paciência e cuidado para
não causar ainda maiores sofrimentos ao animal, conseguiu arrancar a estaca. Lavou o ferimento, retirando toda a terra ali acumulada, e o pobre leão pôde repousar um pouco.
Agora, tanto tempo depois, os dois se encontraram novamente e desta feita naquela arena. Assim como o escravo soube ser misericordioso para com a fera necessitada, agora esta lhe recompensou poupando-lhe a vida, num grande gesto de
misericórdia.
A misericórdia é uma nobre filha da fé, que une em si todas as obras do mais forte e também mais privilegiado em relação ao próximo necessitado. Saibamos, portanto, praticá-la na certeza de um dia recolhermos os frutos dessa benfazeja
semeadura.
Feliz Sábado!

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